Conheça a melhor forma de manter esta doença controlada e nunca mais terá… atchiiim… alergias!
Já estamos na primavera! Como a Men’s Health está sempre em cima do assunto, não podia deixar de falar de… alergias! Ora, vamos lá abordar as alergias mais comuns e pôr termo a este ciclo que tanto incomoda os portugueses. Quando falamos em alergias é automático pensar em espirros, nariz entupido, comichão nos olhos e tosse: afinal estes são os seus principais sintomas. O estudo “Alergias na população portuguesa”, realizado pela Intercampus em 2010, revelou que 51% do total de inquiridos com doenças alérgicas sentem alguns dos sintomas acima referidos, maioritariamente espirros (36%).
A pergunta impõe-se: afinal, o que são reações alérgicas? “São respostas corporais que advêm do correto funcionamento do nosso sistema imunológico, que consiste em defender-nos
dos numerosos micróbios e substâncias presentes nos alimentos, no ar e em tudo o que tocamos”, explica o prof. dr. Luís Miguel Borrego, imunoalergologista no Hospital CUF Descobertas (Lisboa) e secretário-geral da Sociedade Portuguesa de Alergia e Imu- nologia Clínica (SPAIC). Se mais demoras, vamos aos pormenores. Eis o que precisa de fazer antes que comece a… “atchim!”… espirrar!
Alergias respiratórias
O que são?
“A alergia define-se como a hipersensibilidade do organismo a uma substância que o nosso sistema de defesa considera prejudicial, quando na realidade não o é. Quando o sistema imunológico deteta e identifica o suposto ‘invasor’ toma medidas rápidas, chamando a atuar anticorpos para se defender”, explica o prof. dr. Luís Borrego. As alergias respiratórias são
as mais comuns nesta altura do ano e as que afetam diretamente o aparelho respiratório. O espe-cialista acrescenta que elas surgem “sob a forma de tosse, dificuldade em respirar e pieira, muitas vezes noturna, sintomas típicos da asma”.
Como tratar?
As alergias respiratórias podem ser tratadas “através de vacinas ou de medicamentos preventivos, quer estejamos a falar de situações preventivas de crise ou de sintomas exacerbados como o caso da asma”, diz a dra. Teresa Costa, especialista em Medicina Geral e Familiar na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Lapa, em Lisboa. O referido estudo da Intercampus concluiu que 75% dos indivíduos diagnosticados com alguma alergia faz um tratamento específico em determinadas alturas do ano (primavera e verão). Assim, “é essencial recorrer primeiro a uma consulta médica, sobretudo quem sofre desta doença”, conclui a dra. Teresa Costa.
Alergias alimentares
O que são?
As alergias alimentares são baseadas numa reação negativa do nosso organismo perante algo que é considerado uma ameaça. Neste caso, a ameaça manifesta-se num determinado alimento ou no reconhecimento errado do mesmo. A dra. Mara Nunes, nutricionista na Liga Portuguesa de Profilaxia Social, no Porto, afirma que “a exposição ao alérgeno (fração do alimento que é responsável pela alergia) não ocorre apenas por via oral, mas também por via aérea, através da inalação ou mesmo através do contacto cutâneo”. Os sintomas costumam surgir “até duas horas após a ingestão do alérgeno e podem incluir manifestações cutâneas, respi-ratórias, gastrointestinais e cardiovasculares”, acrescenta.
Como tratar?
Neste caso, o tratamento adequado passa pela “eliminação de todos os alimentos que contêm o alérgeno, bem como a restrição de todos os alimentos que possam conter o alérgeno na sua composição”, explica a dra. Mara Nunes. Por exemplo, se é alérgico ao leite deve abdicar de todos os seus derivados (queijo, manteiga, iogurtes, etc). Saiba sempre todos os ingredientes das suas receitas e os seus compostos, mesmo que à primeira vista pareça seguro!
Ao fazer este tratamento é muito importante que não deixe a sua alimentação ser afetada pela carência de determinados nutrientes, sendo essencial procurar outros alimentos que reponham essa falta. Em caso de ingerir acidentalmente o alérgeno deve ser “prescrita medicação pelo médico responsável com a qual o doente se deve fazer acompanhar, devendo ser administrada imediatamente após a ingestão do alérgeno ou em caso de surgimento dos sintomas”, conclui a especialista.
Alergias dermatológicas
O que são?
De acordo com o dr. Fernando Guerra, dermatologista na Clínica Epilaser em Lisboa, as alergias dermatológicas são “uma hipersensibilidade retardada do organismo, ou seja, não apresentam sintomas imediatos. Isto porque, embora o contacto com um alérgeno possa já ter ocorrido, não se sabe indicar exatamente quando vai ocorrer uma reação alérgica. Ainda não foi descoberto ao certo o que ativa estas reações, porém regista-se uma tendência genética nas mesmas”. Estas alergias tendem a manifestar-se geralmente “sobre a forma de eczemas, dermatites, manchas ou pápulas urticariformes, que são responsáveis por causar comi- chão, vermelhidão ou mesmo borbulhas na área que teve contacto direto com o alérgeno”, explica este dermatologista.
Como tratar?
Se a alergia em causa for severa deverão ser “usados corticoides quer por via oral, injetada ou tópica (cremes). Já depois de ultrapassar a ‘crise’ o médico dermatologista pode optar por testes epicutâneos, que consistem na aplicação de adesivos com alérgenos vários, desde do níquel, ao cobalto, pas-sando pela mistura de perfumes e outros, conforme a chamada Lista Standard Europeia e também contendo os cosméticos ou outros usados pelo paciente, para que se conheça quais os que a pele reage e depois passado Certificado de Alergia a fim de que o doente não volte a usar produtos contendo aquelas substâncias. Interessa saber não só a qualidade do alér-geno mas também a intensidade da alergia, ou seja, a percentagem do grau da alergia”, completa o dr. Fernando Guerra. É importante voltar referir que, se sentir algum dos sintomas acima apresentados, se deve dirigir ao médico dermatologista para que o mesmo possa fazer um diagnóstico correto da sua alergia e prescrever o melhor tratamento para o seu caso.









