
Se a alimentação saudável é uma obsessão para si…leia isto!
O bom é relativo
Pode ter uma obsessão doentia por comer saudável? Parece uma contradição evidente, mas se pensar sobre isto, na realidade não é. Uma obsessão é sempre uma obsessão, embora esta seja para uma finalidade supostamente positiva.
Além disso, talvez seja ainda mais perigosa, pois a ameaça oculta-se entre um monte de bons propósitos, é aceite socialmente e, porquê negar, oferece uns resultados a priori mais que satisfatórios. Portanto, nada inofensivo: poderíamos estar perante um fenómeno com um potencial expansivo imparável.
Ortorexia. Esta é a palavra. Vem de orthos, que em grego significa “correto”, e orexis, “apetite” na língua de Aristóteles. Foi em 1997 que o doutor Steven Bratman que colocou a ortorexia ao mesmo nível que outras doenças conhecidas como a anorexia ou a bulimia. E é? Na realidade não. Ou pelo menos oficialmente, ainda não, segundo explica Antoni Grau, chefe de investigação e conhecimento do Instituto de Transtornos Alimentares de Catalunã (ITA). “A ortorexia não está qualificada como um transtorno segundo a American Psychiatric Association, por isso não podemos dizer que é uma doença”, assegura Grau, que prefere falar dela como um “transtorno invasivo-restritivo”.
Então, de onde vem a ortorexia? Se não gosta de comer kebab-extra-de-carne cada sexta à noite, já o é? Obviamente que não é assim. Desnecessário lembrar que comer bem não tem nada de errado. O problema surge quando o interfere noutros aspetos da sua vida, como o seu bem-estar emocional, a sua vida social, ou paradoxalmente, a sua saúde.
Pense nisto: é saudável andar todo o dia preocupado por causa daquela bolacha com chocolate que comeu de manhã? É aceitável que não vá a um jantar com medo que o buffet não tenha uma opção ecológica? E dedicar várias horas por dia a planear a sua dieta? A resposta é evidente, não, não é.






